Desenferrujar

Sabia que um dia escreveria...

Nem se fosse pra desenferrujar minhas mãos travadas de tanto somar e resolver,
Coisas e problemas que não eram meus!

Lembrei-me de quando pequena,
Escrevia sem parar

Com processos bem mais avançados
Ensinava pra me alfabetizar

Depois virei menina moça
Ou aborrecente, como bem o chamar
E me iniciei a escrever agendas com muito rimar

Depois
Tamanha possessão,
De quem me queria escancarar,
Joguei tudo ao latão
E pus tudo a queimar!

Tão grande a minha decepção,
Por tempos, não pude escrevinhar

Música - parei de tocar
Não sei onde fui parar!

Perdi meu eu
Demorei a me reconciliar
Mas hoje começo meus rabiscos
Há algum tempo não paro a postar!


Sabia que um dia escreveria,
Que minha mente saltaria
Como num jardim encantado, com mosaicos a trilhar
Você já viu ou ouviu falar?

Sabia que escreveria
Ou que deixaria me usar
Pra que a vida pudesse falar
E eu, escrever e escutar!

Sabia que escreveria novamente
Pois, apenas assim passo a ser eu

Algo mais completo que isso,
Uma necessidade de fazer rimar
Uma vontade de berrar
Como se o mundo fosse ouvir
Ou como se,
Apenas pra mim mesma,
Fosse assim perpetuar
Minhas bobagens, mas também, meus pensamentos mais sérios

É lindo como isso vai acontecendo
O amor pela letra, pela combinação simétrica, pela rima fonética
Posso dizer,
Apaixonei-me por ti, português!

Pois, pois,
Latina e vibrante
Cantada, cantada!
Encantada
Oh língua que me encanta!

Sabia, iria escrever-te novamente
Escrever de você com você mesma
Poesia em rima e prosa!

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